Entrevista com Eliseu de Rezende

Entrevista a Eduardo Oliveira, Gustavo Henrique, Luciano Baeta, Rafael Rezende, Ruy Adorno - 5º DG – manhã-UEMG- Julho 2005
Eliseu Rezende formou-se em Desenho Industrial na FUMA, em 1981 e hoje está na coordenação do curso de graduação em Design de Produto da FUMEC, em Belo Horizonte.
Qual era o contexto do mercado de design na época da sua formação e o que se falava das possibilidades para o formando?
O contexto era visionário. Não se falava em possibilidades e as pessoas, por incrível que pareça acreditavam muito na paixão, acreditavam naquele ideal da profissão. Deve ser muito do que se via da profissão em outros estados ou paises...
Do que você aprendeu na escola o que foi mais importante para sua carreira?
História da arte, modelagem, desenho geométrico, a parte técnica de metais, madeira, processo de automação, estética. Basicamente isto.
E o que foi menos importante?
EPB, geometria descritiva.
Como você empregou o que aprendeu na escola? Na prática foi muito diferente ?
Completamente diferente da escola. Na vida profissional, na verdade, abre-se outro caminho de aprendizado também. A prática do relacionamento com as pessoas, a parte de psicologia, de vendas, precisamos vender nosso produto. Vocês querem dizer, como apliquei o que aprendi, né? ...
Sim...
No tranco, quando você sai da escola a gente percebe na nossa experiência pessoal e na experiência dos outros (agora que eu estou vendo formando as primeiras turmas daqui) que é um período de grande insegurança, eu acho que na maioria das profissões. Na verdade a gente se julga incapaz para tanta coisa, você traz isso latente. A partir do momento em que você se solta para o mercado, cadê a retarguada que a gente tinha durante a faculdade: os professores etc... Mas eu aprendi foi no tranco mesmo, quebrando cabeça.
Para o melhor aproveitamento da época de estudante, para o pessoal de agora, o que você sugere para formação desse profissional? Conciliar estágios com a faculdade, a faculdade e outro curso a parte?...
Você tem que aprender uma língua estrangeira, de preferência objetivar, fazer um curso fora do Brasil. Participar de feiras, exposições. Se armar tanto da bagagem técnica, da capacidade criativa e projetual quanto da capacidade cultural também. Você tem que ter um linguajar forte e fazer cursos nessa área de humanas, de relacionamento, de vendas.
No mercado atual, quais são as melhores opções de trabalho que você vê na área de design de produto e gráfico?
A mídia. O setor publico. Secretarias. Eletroeletrônicos (são poucos mas tem alguns). O setor de plásticos está com interesse nessa área. Uma fatia, mas tem que ser muito bom, para eletro, indústria automotiva. Embalagens está crescendo. Joalheria.
Para terminar, você acha que existe um perfil de aluno que melhor se dá nessa profissão e um perfil que não dá conta depois?
Não, eu acho que as pessoas podem nos surpreender. Então não tem um tipo de pessoa, de DNA, que determina: esse é um designer. Cada um é um tipo de designer. Tem uns que são minuciosos, detalhistas. Outros conseguem pegar coisas maiores. Acho que depende da aptidão e da vontade. Para aqueles que são mais religiosos, depende do carma. Não tem que desistir não, tem que ter estrela também. É uma profissão difícil, mas é gratificante e existe mercado. Como toda profissão, para ser um grande profissional você vai passar por um longo processo de seleção durante 10, 20 anos...
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